Na verdade e, em
verdade vos digo, o tal cidadão imperfeito, Pedro Passos Coelho, desligado do
poder e assoberbado por dilemas morais, dificuldades de conhecimento e
cumprimento da lei, é uma ficção. Não existe. O que temos é alguém que, eleito
para representar o povo, se marimbava para o cumprimento das regras que ele
próprio discutiu e/ou aprovou.
Isto não é
diferente do que se passa com a maior parte daqueles que elegemos da direita à
esquerda, nesta democracia da treta. Veja-se o caso de todas as regras de
privilégios sobre direitos dos Deputados e Regulamentos da Assembleia da
República, que são sempre aprovados por unanimidade! Alguém se lembra de algum
deputado do PCP ou Bloco a dizer que são uns cidadãos favorecidos, ou a
rejeitar alguma mordomia?
O que Pedro
Passos Coelho fez é lamentável para um cidadão com o seu percurso. Eticamente é
deplorável. Passos deve um pedido de desculpas a todos os portugueses.
Mas também a
maioria dos portugueses já entrou em prevaricações destas. O Estado é para
explorar, tem sido a divisa. Podem argumentar que não são governantes, nem
primeiro – ministro, mas todos somos cidadãos, e o “crime” de Passos Coelho é
na área da ética e da cidadania.
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