01/02/2011
Ontem fui ao cinema, coisa que não fazia há mais de dez anos. Fui ver o “José e Pilar”, que é assim como um documentário de desagravamento, pós morte, de alguém que é uma figura maligna, da erudita sociedade portuguesa.
Sinceramente, para quem conhece a obra de Saramago, aquilo parece-me uma “coisa muito light”, que só foi possível realizar, porque apanharam o homem com os pés para a cova, e, que apesar de não ter temor ao julgamento divino, coitado, gostaria de ficar o melhor possível com os da sua espécie.
No final, foi proposto um debate com o realizador, que estava presente (muito cansado por ter feito trezentos quilómetros para vir a Portalegre, mas também, segundo nos confidenciou, por ter passado quatro anos a aturar aquele casal), sobre o filme, e o “nosso” Nobel.
As questões e comentários, quase todas feitas por mulheres da assistência, recaíram, maioritariamente, sobre a personalidade de Pilar del Rio, secundarizando, vá lá saber-se porquê, o José.
É um facto, que este José da canada, só começou salientar-se, após ter conhecido a andaluza de castril. Até aí, a sua obra, era conhecida apenas por meia dúzia de marxistas, não obstante, já terem nascido alguns dos seus produtos mais importantes, como: levantado do chão, o ano da morte de ricardo reis, o memorial do convento e, a jangada já havia passado pelos açores.
Claro que bem conheço aquela máxima, “de que por trás de um grande homem estar sempre uma grande mulher…”, mas porra, daí a converter-se simplesmente no marido da Pilar, é excessivo.
Não fosse eu, conhecedor dessa sua produção livreira pré-pilar, e teria questionado também o senhor Miguel Gonçalves Mendes, sobre uma dúvida que há muito se me acomete:
- Tendo ele privado durante quatro anos com este casal de pombinhos, será que ela (pilar), não metia uma manita na fértil imaginação saramaguiana?
Mas fiquei calado, quem sabe, para não fazer má figura, ou não fosse o seu “engenho” andar por ali e amaldiçoar-me enquanto seu discípulo aprendiz.
Ontem fui ao cinema, coisa que não fazia há mais de dez anos. Fui ver o “José e Pilar”, que é assim como um documentário de desagravamento, pós morte, de alguém que é uma figura maligna, da erudita sociedade portuguesa.
Sinceramente, para quem conhece a obra de Saramago, aquilo parece-me uma “coisa muito light”, que só foi possível realizar, porque apanharam o homem com os pés para a cova, e, que apesar de não ter temor ao julgamento divino, coitado, gostaria de ficar o melhor possível com os da sua espécie.
No final, foi proposto um debate com o realizador, que estava presente (muito cansado por ter feito trezentos quilómetros para vir a Portalegre, mas também, segundo nos confidenciou, por ter passado quatro anos a aturar aquele casal), sobre o filme, e o “nosso” Nobel.
As questões e comentários, quase todas feitas por mulheres da assistência, recaíram, maioritariamente, sobre a personalidade de Pilar del Rio, secundarizando, vá lá saber-se porquê, o José.
É um facto, que este José da canada, só começou salientar-se, após ter conhecido a andaluza de castril. Até aí, a sua obra, era conhecida apenas por meia dúzia de marxistas, não obstante, já terem nascido alguns dos seus produtos mais importantes, como: levantado do chão, o ano da morte de ricardo reis, o memorial do convento e, a jangada já havia passado pelos açores.
Claro que bem conheço aquela máxima, “de que por trás de um grande homem estar sempre uma grande mulher…”, mas porra, daí a converter-se simplesmente no marido da Pilar, é excessivo.
Não fosse eu, conhecedor dessa sua produção livreira pré-pilar, e teria questionado também o senhor Miguel Gonçalves Mendes, sobre uma dúvida que há muito se me acomete:
- Tendo ele privado durante quatro anos com este casal de pombinhos, será que ela (pilar), não metia uma manita na fértil imaginação saramaguiana?
Mas fiquei calado, quem sabe, para não fazer má figura, ou não fosse o seu “engenho” andar por ali e amaldiçoar-me enquanto seu discípulo aprendiz.
1 comentário:
Olá...
também eu vi o documentário numa sala quase vazia, em Aveiro...
Pode dizer-se que é "soft" a visão que se dá a conhecer do casal, no entanto fícamos a perceber, olhando para as "fotografias", a sua debilidade,a sua fraqueza, a dependência do ser humano nos últimos anos da sua vida...
Da sua obra, riqueza, imaginação e lucidez, já para os que leram os seu livros não restam dúvidas da sua grandeza...
Apesar de não ser uma leitora´"típica" do Saramago ( uma vez que os seus livros "clássicos" ainda não os li...posso dizer que li apenas 8 livros dos últimos escritos)...
Também vi o filme baseado no livro Ensaio sobre a cegueira...e foi mesmo muito bom, forte e "duro"... ver o filme e recordar o livro...valeu a pena...
Quanto ao documentário, a outra "face" do homem que partilhou estas imagens surpreendeu-me...
E tenho esperança na "máxima" : de facto sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam (livro dos itinerários)...
Beijo...e boa escrita...
Luísa
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