terça-feira, 12 de outubro de 2021

A lei da (des)compensação ou embustes à moda socialista

  

O analfabeto do século XXI já não é aquele que não sabe ler, escrever ou contar. O analfabeto de hoje é aquele que, embora possa ter essas competências, não domina minimamente a informática, não sabe conduzir e não sabe interpretar, nomeadamente, a linguagem dos números e simples operações estatísticas.

Critica, pretensiosamente, a nossa “esquerda à portuguesa” o regime do Estado Novo pelo pouco investimento que fez na educação e pelo analfabetismo do povo português em 1974, que se situava nos 25% da população. 

Verdade será, mas uma verdade relativa. Pois nestas coisas da evolução teremos sempre de ter em conta de onde se parte e, em 1930, essa taxa era de 60%. O que quer dizer que em 44 anos existiu uma redução no analfabetismo de 35%.

Convém ainda dizer que, nos 20 anos da I República, tão elogiada por essa mesma esquerda (1910 a 1930), isto é, cerca de metade do tempo que durou o Estado Novo, a redução do analfabetismo não foi além dos 9%, passando de 69% para 60%.

Durante os períodos mencionados era considerado analfabeto quem não soubesse ler, escrever (contar quase todos sabiam, porque a necessidade assim obrigava), falar e ouvir de maneiras significativas e socialmente aceitáveis, competências mínimas para aceder às exigências sociais nessa época. A partir do inicio do século XXI, a estas incapacidades, teremos de juntar o não domínio mínimo da informática, não saber conduzir e, sobretudo, não saber interpretar. Se formos avaliar a totalidade destas competências, alguém acredita que a taxa de analfabetismo em Portugal, no ano de 2021, se ficará nos 25%?

Esta competência da “interpretação” é tanto mais importante, quando entramos no mundo dos números e aí, não tenhamos dúvidas, o povo português não é muito dado a essas coisas das contas. Os socialistas sabem disso e, por isso, nos enganam como patinhos. Senão vejam, em dia de apresentação do OE 2022, as declarações dos governantes:

“- Governo garante que este é um orçamento para os jovens, as famílias e classe média;

- Ninguém paga mais impostos com mexidas no IRS.”

e os títulos dos jornais de uma comunicação social dominada pela esquerda, comprada pelo governo, analfabeta e preguiçosa:



Para além destes títulos, que nos levam a pensar que os contribuintes irão beneficiar nos impostos a pagar no próximo ano, nas páginas centrais, numa simulação manhosa, dizem-nos:

“Um casal com 1 filho, que tenham um rendimento bruto mensal de 1 500 euros cada, poupará no final do ano em IRS, 50 euros!”

Mas será mesmo assim. E em outros impostos, como por exemplo, nos combustíveis, qual a diferença em relação ao passado?

Vamos lá então a esta simulação e verificar os ganhos dos contribuintes:

1 – Imaginem um casal com 2 carros para se deslocarem no dia a dia para as suas actividades laborais;

2 – Imaginem que até nem percorrem grandes distâncias: 40 km/dia, cada um. Isto é, no total 80 Km diários entre as duas viaturas. Penso que perfeitamente normal na vida de um casal;

3 – Supondo que o mês tem cerca de 20 dias de trabalho, no final do mês este casal terá percorrido 1 600 Km. Continhas “em baixa”, 17 600 Km no final do ano. Acham muito? Quem é que habitualmente faz menos, nem que seja apenas com 1 popó? E não estou a meter os fins de semana e as “indispensáveis” férias algarvias!

4 – Para percorrer estes 17 600 Km, com um “carrito” que fizesse uma média de 6 litros/100 Km, o freguês precisava de meter pelo menos 1 056 litros;

5 – Quando o preço médio de um litro de gasolina era de 1,40 euros/litro, para percorreram os tais 17  600 Km, o freguês teria de desembolsar cerca de 1 500 euros/ano. Destes, 65% seriam para Impostos (IVA + ISP e outras taxas), isto era, cerca de 970 euros para os cofres do Costa e do Leão;

6 – Agora imaginem os meus caros amigos (não precisam imaginar, é mesmo real), que dita, está a 1,70 euros/litro!

Não tem nada que saber, para os mesmos 1 056 litros terão de desembolsar 1 796 euros/ano.  Como os ditos governantes não abdicam dos 65%, os impostos a pagar será agora, pela mesma quantidade de combustível, de 1 168 euros.

 Isto é, mais 198 euros de quando a gasosa estava a 1,40 euros/litro;

Perguntarão os meus amigos então o Costa não é amigo?

Claro que sim, basta fazer as contas. O genial Costa diz que nos poupou 50 paus em IRS; em compensação, levou-nos em impostos sobre o combustível, sem ter feito absolutamente nada, mais 198 euros.

Subtraindo os 50 euros que nos poupou no IRS, feitas as contas, pagaremos mais 148 euros só nestes impostos. Digam lá que o Costa não é um gajo porreiro!

O analfabetismo dá um jeito do caraças a muitos regimes!

    Quadro de minha autoria

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Olhar pelo retrovisor (1)

 4 anos de exercício de cidadania 2017/2021.

Inicio hoje a divulgação das minhas intervenções, enquanto cidadão e marvanense, nas reuniões de câmara do mandato entre 2017 e 2021. Estes artigos são meros exercícios para minha memória futura e, possivelmente, só a mim interessam. Medem a minha preocupação por alguns problemas do concelho de Marvão e, simultaneamente, a minha coerência política ou a falta dela por vezes. Em algumas vezes tive razão, outras nem por isso. Mas estive lá e dei o meu contributo de cidadão para o exercício democrático do poder local.

(Fonte: Actas do Município de Marvão)


Reunião de Câmara do dia 27 de Outubro de 2017

João Bugalhão, presente no público, perguntou se já estão atribuídos os pelouros do Presidente e do Vice-Presidente e solicitou que fosse dado conhecimento na próxima reunião, bem como ao público.

Sobre o assunto "saneamento básico no concelho", assunto hoje aqui discutido, referiu que a situação já vem do tempo em que pertenceu, pela primeira vez, a alguns órgãos municipais. Quando em 2001, na primeira Assembleia em que esteve presente fez deste assunto uma bandeira. No entanto, passados 20 anos, vê com tristeza que ainda há esgotos a correr a céu aberto e que mereciam da autarquia um projecto sério de resolução. O concelho precisa que se faça um bom diagnóstico para procurar resolver esta situação que um dia vai originar um problema de saúde pública. Referiu que as palavras do Vereador José Manuel Pires sobre o assunto devem ser acentuadas. O saneamento básico, sobretudo na encosta norte, deve ser uma prioridade para o executivo que agora inicia o mandato e oxalá, daqui a 4 anos, se possa fazer um balanço positivo desta situação.

Perguntou também sobre o assunto discutido na última Assembleia Extraordinária referente à empresa Floponor, a quem foram adjudicados serviços diretos a prestar à Câmara no valor de 30.500,00 euros, se os serviços já começaram.

- O Presidente da Câmara respondeu que não começaram os trabalhos porque estamos ainda em período de alerta meteorológico.

- João Bugalhão deixou um alerta a toda a vereação para que se monitorizem quais são os serviços a ser prestados, que se saiba onde vão ser feitos e que o Presidente da Câmara informe publicamente, para que tudo fique clarificado.

- O Vereador José Manuel Pires pediu para responder a João Bugalhão a quem agradeceu a intervenção e referiu que aquilo que aconteceu na Junta de Freguesia de São Salvador e a empresa Floponor abriram um precedente. Ou seja, nós todos temos de saber onde é que esses trabalhos da nova adjudicação serão feitos, quando custam e se é que serão feitos. Porque aqui criou-se uma dúvida em relação a todos os projetos que foram feitos em Marvão. Por isso, tem intenção de apresentar uma proposta, tendo em conta que o município fez uma série de projetos financiados pelo IFAP para serviços de prevenção de fogos florestais, manutenção de caminhos e aceiros e, a bem da transparência dos processos que todos desejamos, saber que projetos foram esses, o que foi feito e o que ficou por fazer. Considerou por isso, que agora no início deste mandato seja importante esclarecer este assunto.

- O Vereador Jorge Rosado concordou com esta preocupação da prevenção e considerou necessário reforçar a coordenação entre serviços com a supervisão dos bombeiros. Relativamente ao saneamento básico referido por João Bugalhão também partilha dessa preocupação para que durante este mandato se estabeleçam prioridades. Esta é uma obra invisível, mas alguém tem de a fazer.

(continua)