quinta-feira, 28 de julho de 2011

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Menos um cargo, mais uma vaga...

Na sequência da minha “Renúncia” ao cargo de Membro da Assembleia Municipal de Marvão, participei ontem na última Assembleia Intermunicipal da CIMAA (Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo), já que a presença neste Órgão está dependente de se pertencer a uma Assembleia Municipal.

No final foi-me dada a oportunidade de fazer uma Declaração de despedida, que aqui deixo para memória futura:

Comunicação à Assembleia Intermunicipal da CIMAA

"Ex.º Senhor Presidente da Mesa e Ex.º Senhores Membros da Assembleia Intermunicipal da CIMAA,

Estou a dirigir-me a esta Assembleia para comunicar que estive aqui hoje pela última vez, já que irei apresentar em breve a minha renúncia ao mandato na AM de Marvão, por razões que penso serem do domínio público e, consequentemente deixarei de ter lugar nesta Assembleia.

Aqui estive desde a primeira hora da criação deste espaço de representação intermunicipal do distrito de Portalegre e, embora a minha intervenção na discussão pública dos diversos temas que por aqui passaram tenha sido diminuta; procurei pelo menos ser um observador atento e aprender algo com as vossas intervenções, por isso vos agradeço. Quero deixar ainda, um agradecimento aos Membros da AM de Marvão que em mim confiaram para os representar nesta Assembleia.

No entanto, se me é permitido nesta hora da partida, gostaria de deixar aqui uma pequena análise, em forma de mensagem para o futuro, ao que me foi dado assistir durante estes 3 anos.

Penso que temos perdido demasiado tempo com discussões sobre pormenores processuais e nos temos fixado pouco em conteúdos, isto é, dando demasiada importância ao supérfluo e descurando o essencial.

E o essencial para mim, no distrito de Portalegre, são meia dizia de temas, já que eles são comuns a todos os concelhos (e penso que a todas as forças politicas aqui representadas), que raramente aqui foram aflorados, e que na minha modesta opinião deveriam estar na ordem do dia desta Assembleia, pois eles é que são os verdadeiros problemas que afectam os norte alentejanos, dos quais, de uma forma simplista, enumero os seguintes exemplos:

- O despovoamento do distrito (superior a 1% ao ano)
- Qual o modelo de desenvolvimento para um distrito de velhos (30% da população tem 65 anos ou mais)
- A baixa taxa de empregabilidade/desemprego e as suas razões
- Razões para as piores médias no ensino escolar
- O modelo de prestação de cuidados de saúde
- Que modelo de reorganização administrativa e seu financiamento

Espero, sinceramente, que no futuro, esta Assembleia possa continuar dar o seu contributo para o desenvolvimento do nosso distrito, e se não torne mais um Órgão inútil e a extinguir.

Obrigado por me terem ouvido.

João Bugalhão"

segunda-feira, 18 de julho de 2011

I Grande Encontro da Família Bugalhão

Um pequeno sonho tornado realidade, aconteceu sábado dia 16/7, na Portagem, graças à Sandra, que em boa hora teve a ideia da iniciativa.

Neste Encontro estiveram “presentes” 6 gerações, com o denominador comum José Bugalhão e Teresa Raposo, possivelmente nascidos por volta de 1850, no concelho de Marvão.

(... o descoberto! Não o início)


A 2ª geração foi composta pelos seus 4 filhos: Francisco, Joaquina, Teresa e João, já falecidos. Sendo o último a falecer o João, possivelmente em 1969.

Do conhecido da 3ª geração deste clã, chegaram a gente, cerca de 22 Descendentes:

- 8 do Francisco: Joaquina, Genoveva da Conceição, Maria José, Manuel, Maria “Júlia”, Emília, Luísa e Vicência.

- 1 da Joaquina: Teresa

- 5 da Teresa: Dionísio, Conceição, João, “Xica”, Álvaro

- 8 do João: Joaquina, Mª. Catarina, José, Mª Antónia, Francisco, Joaquim, João e Júlia.

No entanto, estiveram apenas presentes descendentes do Francisco e do João, já que os descendentes das duas “infantas”, ao perderam o apelido em favor do dos seus companheiros, não se fizeram representar.

Presentes neste I Encontro estiveram ainda 7 membros desta geração, com o mais velho Francisco, e actual patriarca, a contar a bonita idade de 92 anos.


( 3ª Geração: Júlia, João, Joaquim, Francisco, Luisa, Mª Júlia e Emília)



(O Patriarca Francisco, 92 anos)


As restantes 3 gerações, cerca de 70 “bugas”, foram os filhos, netos e bisnetos desta 3ª geração; com a mais nova com 2 anos a fazer de José Bugalhão seu tetravô.

(O Patriarca Francisco com a sobrinha bisneta de 2 anitos)

E assim, cerca de 80 pessoas, a maior parte sem nunca se terem visto, mas que partilham em comum o apelido Bugalhão (certamente exclusivo desta família em Portugal), conviveram durante cerca de 10 horas.



(Ena tantos bugas!)


(... estes também são)

Claro que com facilidade se poderia chegar à centena de membros, ou mais, já que foi a primeira tentativa, e espera-se que para o ano se realize o II Encontro. Para já ficou de o organizar o Luís, possivelmente na mesma altura, 3º Sábado de Julho.


(Luís, o organizador do próximo Encontro)

Foi ainda possível apurar que certamente haverá outros “ramos do clã”, pois ao que parece José Bugalhão teria outros irmãos, que ficam para investigar em iniciativas futuras.

Uma outra evidência deste Encontro, que era algo que eu já suspeitava, é o perigo que corre o apelido, já que dos presentes, apenas foram encontrados “2 infantes”, que poderão no futuro, dar continuidade à denominação “bugalhão”...

(Os 2 pequenos grandes responsáveis pela continuação do apelido "bugalhão")


Galeria de Fotos:



(Sandra grande responsável por este I Encontro da Família Bugalhão)


(3 Gerações em busca das raizes: Mª Júlia, João, Luis e Diana)


(Mário assume a escrita)


(Tó Zé apresenta o Patriarca: seu pai)


(3 gerações de "bugas" bonitas)


(Este é que é o buga "escritor"?)


(Óh primos, parece que estamos no Pego Ferreiro há 70 anos atrás!)

(A inconfundível Teresa: "Deixem-me falar porra...")


(Óh João, se o primo Manel não nos tivesse "deixado", ainda iamos levar uma carguita de café ali à Fontanheira...)


(Porque é que o meu pai Francisco foi para Tomar? Isto aqui é tão bonito!)


(Óh ti Júlia como era a quadra da "avó" Teresa para os netos? "Ai Piruli, piruli, pirulé/ai piruli, piruli, pirulé/se não queres vinho, nem aguardente/bebes café...)

(Pai Joaquim e filho Rui)


(Óh Clara, não há dúvida, a minha prima Vicência teve uma filha muito bonita)


(Os representantes "buga" dos Galegos...)

(Ao tempo que a gente não se via primo João Maria...)

(João José e Francisco:sobrinho e tio)


(As descendentes de Teresa e José Bugalhão sempre em destaque)


("... que bem fala o meu primo João! Porque terá deixado a política?)



(Representantes de Tomar e da Beirã posam para a foto)



(Luís Buga: "Se isto fosse uma "corte", às tantas eu era o rei?)



(As manas: Júlia. Emília e Luisa)

(As representantes da Ponte Velha: Mª Teresa, Fernanda e Diana)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Poema para os meus amigos...

Primeiro levaram os judeus,
Mas não falei, por não ser judeu.
Depois, perseguiram os comunistas,
Nada disse então, por não ser comunista,
Em seguida, castigaram os sindicalistas
Decidi não falar, porque não sou sindicalista.
Mais tarde, foi a vez dos católicos,
Também me calei, por ser protestante.
Então, um dia, vieram buscar-me.
Mas, por essa altura, já não restava nenhuma voz,
Que, em meu nome, se fizesse ouvir.

[Sermão do Pastor Martin Niemoller, geralmente com variações que fogem da forma original, e quase sempre atribuido erroneamente a Bertolt Brecht]

terça-feira, 5 de julho de 2011

10 anos de intervenção política no Concelho de Marvão...

Declaração de Renúncia de Mandato como Membro da AM de Marvão

Senhoras e Senhores Membros da Assembleia Municipal de Marvão,

Há cerca de 10 anos que venho exercendo as funções de Membro desta Assembleia. Aqui cheguei pela primeira vez em 2001, e parto agora, tal como entrei:

Livre e sem ter colhido qualquer benefício pessoal pela minha participação na política.
No entanto, tenho que reconhecer, que ao longo destes 10 anos, a minha participação nesta Assembleia, foi uma das melhores experiências de vida, que em muito contribuiu para o meu crescimento social, mas também enquanto indivíduo e cidadão. Por isso agradeço aos marvanenses.

Durante este longo período sempre pautei o meu exercício por duas premissas essenciais:

- Representar aqueles que me elegeram
- Defender os meus ideais em prol do concelho de Marvão
.

Um desses meus ideais, e valores fundamentais (a par da justiça), é a Liberdade, pela qual tenho lutado toda a minha vida. Isto porque, uma sociedade sem Liberdade efectiva é uma sociedade amorfa, não criativa, castradora, retrógrada e consequentemente votada ao atraso social.

Na busca dessa Liberdade, cogito que foi por isso que em 1963, aos 6 anos de idade, fugi ao meu pai para ir para as Festas S. Marcos; em 1971, com 14 anos, saí da minha casa de família em Marvão, para conhecer outros mundos e outras gentes; em 1975 abandonei o Partido Comunista, onde fiz a minha aprendizagem política, incomodado com o "centralismo democrático" e com a liberdade condicionada; em 1982, deixei a carreira militar farto de uma hierarquia prepotente, onde manda quem pode; e, recentemente, em 2009, terminei a minha carreira profissional, com prejuízos económicos, farto de um sistema que premeia o compadrio, o “amiguismo”, em vez do mérito e dos resultados funcionais.

É em luta por essa mesma Liberdade, que agora vou deixar de ser Membro desta Assembleia, pois não aceito que esse Valor seja coarctado, em nome da decisão de maiorias conjunturais.

Esta minha decisão, nada tem ver com o PSD. Partido que prima por cultivar o respeito pela pluralidade de ideias e opiniões, ideais basilares da social-democracia; mas sim um desacordo com os actuais dirigentes concelhios de Marvão, que tentam condicionar a opinião individual daqueles que não sejam “carneirinhos alinhados”, numa prática que mais parece do antigo regime salazarista ou do ultrapassado comunismo ortodoxo.

Claro que podia continuar como independente nesta AM, persistindo em lutar pelas premissas que aqui me trouxeram, mas tal parece-me eticamente pouco correcto e vou resistir a fazê-lo, sacrificando minha Liberdade individual, em nome do colectivo.

Ao longo destes 10 anos, nunca fui mais um da engrenagem. O meu nome está, certamente, referido em todas Actas das Assembleias em que participei: intervim, critiquei, propus sempre alternativas às críticas, e tomei decisões. Nem sempre terei tido razão, mas fi-lo sempre na convicção que estava a defender o melhor para o meu concelho e para os marvanenses.

Certamente, que o meu nome irá ficar nesta Assembleia, como o de alguém “contestatário”, tenho consciência disso. Quanto a mim, apenas tentei ser agitador de consciências, na busca de um novo paradigma de comportamento político. Prova disso é que durante estes 10 anos, participante em mais de 50 Reuniões, apenas “votei contra”, meia dúzia de vezes. E duas foram hoje 30/6/2011.

As minhas discordâncias com o “rumo” do actual executivo são públicas, mas convém que aqui sejam enumeradas e sistematizadas:

- Discordo do endividamento continuado do município nos últimos 6 anos, que considero acima do razoável (quase 2,5 milhões de euros). Eu próprio votei favoravelmente até ao valor de 1,8 milhões; a partir daí pareceu-me excessivo e sem justificação em relação às Obras realizadas.

- Discordo do excesso de Pessoal Dirigente do actual executivo. Três Membros Executivos a tempo inteiro e um Assessor, para pouco mais de 3 500 habitantes é uma aberração. 1 Presidente e um Vereador eram mais que suficientes.

- Não compreendo a manutenção do Presidente desta Assembleia, que a maiorias das vezes está ausente (5 faltas em 10 reuniões), raramente aparece em sua representação oficial, e afirma que não tem que dar explicações a este Órgão pelo não cumprimento dos seus deveres, sem que a actual maioria tome qualquer posição.

- Discordo, na conjuntura actual, de Projectos de Investimento em “embelezamentos” sem retorno, ou aqueles que oneram o município em despesas evitáveis, com é o caso do actual Projecto de construção de 37 casas para Habitação Social, que ficarão para ser pagos nos próximos 70 anos!
Num concelho com 1 478 famílias, 3 500 habitantes e existência de 3 000 alojamentos, o deficit de habitação não me parece uma prioridade. A não ser para “caçar” votos. Espero que o Tribunal de Contas trave este devaneio.

- Discordo da venda de património para fins duvidosos, caso do Prédio da Coutada na zona envolvente da vila de Marvão.

- E discordo profundamente da prática política do Executivo em relação ao grupo da Assembleia que o suporta. Onde só somos chamados a votar favoravelmente as decisões desse mesmo executivo.

Tendo em conta a minha linha de pensamento e porque creio que a actual estratégia do executivo, não será o melhor para o meu concelho, e porque estou em discordância com o que pensam os actuais dirigentes concelhios do meu partido;

Que por uma questão de consciência, acho que não devo abdicar das minhas ideias e opiniões para o concelho, originando com isso um conflito dentro do grupo, certamente, difícil de entender pelos munícipes que nos elegeram;

Irei brevemente pedir a minha Renuncia do cargo de Membro desta Assembleia.

Desejo a maior sorte do mundo a esta Assembleia para bem de Marvão.

Obrigado a todos.

João Bugalhão

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Diego Ventura no Campo Pequeno em Lisboa 1Jul2010

Eu não sou “aficionado”, mas há que reconhecer a arte...
(Ver com ecrã inteiro)


O portuganistão, não é muito diferente...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Uma “esquerda” patética e corporativa...

Resultados preliminares dos Censos 2011 ontem divulgados, apuraram que somos cerca de 10,5 milhões de portugueses a residir em Portugal.

Também ontem, ficámos a saber, após a comunicação do novo primeiro-ministro, que iria haver necessidade de criar um “imposto extraordinário” em 2011, que será: metade do montante que os portugueses recebem para além do ordenado mínimo (e eu felizmente faço parte desses terço de portugueses).

Logo, parte da nossa “esquerda” política veio com grande alarido contestar corporativamente, “... ai credo que isto vai afectar cerca de 3,5 milhões de portugueses!”

Eu pergunto: E os outros 7 milhões, porque é que não irão pagar?

“Se a esquerda tivesse juízo, e fosse uma verdadeira esquerda, deveria era estar preocupada com esses 2/3 dos portugueses.”

Mas isto sou eu apensar...