Felizmente, em Portugal, o povo ainda pode mudar de governo e de dirigentes. Apesar de toda a “máquina” de desinformação que está montada, nesta coisa de eleições o povo é, ainda, quem mais ordena.
Digamos ainda, que José Sócrates estava mesmo a pedi-las. Ele e toda a sua corte.
Mas se ainda é fácil mudar de governo e dirigentes, o mesmo já não se pode dizer a respeito de mudar de política ou mesmo de vida, porque disso é que Portugal precisa. Mas isso mexe com todos nós, e a cultura social dominante, “made em tvi”, não está para aí virada.
Portugal, para se manter como unidade independente, precisa em minha opinião, entre outras coisas, de 4 princípios básicos muito simples:
1º - Precisa a médio prazo (5 anos), começar a viver de acordo com aquilo que tem/produz, nas famílias, nas instituições e no estado.
2º - Precisa a curto prazo renegociar a dívida com os credores e, se possível, que alguma seja perdoada, a troco de iniciar o seu pagamento imediatamente, recuperando a sua confiança.
3º - Precisa a curto prazo (2, 3 anos), deixar de pedir dinheiro para despesas correntes e investimentos não transaccionáveis.
4º - Precisa de começar a reduzir a sua dívida externa (pública e privada).
Ora isto não vai ser nada fácil, sem o envolvimento de todo um povo, com dirigentes credíveis, verdadeiros líderes que dêem o exemplo. As “nomeações políticas” têm que terminar, os gestores da “coisa pública” têm que ser verdadeiros gestores de carreira e não representantes dos partidos no poder.
As mudanças políticas devem apenas abranger as cúpulas do estado, e até Director-geral os cargos devem ser por carreira, e não mudar na administração pública o “cão e gato”, sempre que muda o governo. Mas como parar este círculo vicioso? Um grande desafio ao próximo Governo...
Para ilustrar esta minha Reflexão (compare os gráficos das dívidas), deixo o exemplo modesto, por mim protagonizado, quando em 1996 fui eleito para dirigir uma instituição associativa, que no capítulo financeiro padecia de um síndrome idêntico ao do país.
- Fazia vida de rica, quando era pobre, vivendo acima das suas possibilidades.
- Endividava-se há 6 anos consecutivo.
- Vivia numa perfeita desorganização, em que cada ministério (secção), fazia o que lhe apetecia
- Não tinha liderança (toda gente mandava).
Aplicando os princípios que em cima enumerei (mantendo basicamente, todas as actividades anteriores), aqui vos deixo o gráfico dos resultados obtidos em 4 anos. Em 2000 quando saí ficou em caixa um superavit de 500 contos.
No entanto, quando voltei, em 2008, a dita Associação já devia novamente cerca de 20 000 euros, aproximadamente os mesmos 4 000 contos que devia em 1996.Quando saí em 2010 por lá ficaram mais 10 000 euros de superavit, veremos o que acontece no futuro.
Por fim, deixo aqui o Diagrama apresentado por Ernâni Lopes, poucos dias antes da sua morte, e que deveria ser aplicado como uma cartilha política para os próximos anos a Portugal.
A escolha é sua no próximo domingo.
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