sábado, 25 de junho de 2011
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Eduardo Galeano fala do mundo novo...
terça-feira, 14 de junho de 2011
Experimentem todos viver com o ordenado mínimo....
Percam 20 minutos da vossa vida e oiçam:
domingo, 12 de junho de 2011
terça-feira, 7 de junho de 2011
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Reflexão 9 (última) – “O Zé Povinho”
Felizmente, em Portugal, o povo ainda pode mudar de governo e de dirigentes. Apesar de toda a “máquina” de desinformação que está montada, nesta coisa de eleições o povo é, ainda, quem mais ordena.
Digamos ainda, que José Sócrates estava mesmo a pedi-las. Ele e toda a sua corte.
Mas se ainda é fácil mudar de governo e dirigentes, o mesmo já não se pode dizer a respeito de mudar de política ou mesmo de vida, porque disso é que Portugal precisa. Mas isso mexe com todos nós, e a cultura social dominante, “made em tvi”, não está para aí virada.
Portugal, para se manter como unidade independente, precisa em minha opinião, entre outras coisas, de 4 princípios básicos muito simples:
1º - Precisa a médio prazo (5 anos), começar a viver de acordo com aquilo que tem/produz, nas famílias, nas instituições e no estado.
2º - Precisa a curto prazo renegociar a dívida com os credores e, se possível, que alguma seja perdoada, a troco de iniciar o seu pagamento imediatamente, recuperando a sua confiança.
3º - Precisa a curto prazo (2, 3 anos), deixar de pedir dinheiro para despesas correntes e investimentos não transaccionáveis.
4º - Precisa de começar a reduzir a sua dívida externa (pública e privada).
Ora isto não vai ser nada fácil, sem o envolvimento de todo um povo, com dirigentes credíveis, verdadeiros líderes que dêem o exemplo. As “nomeações políticas” têm que terminar, os gestores da “coisa pública” têm que ser verdadeiros gestores de carreira e não representantes dos partidos no poder.
As mudanças políticas devem apenas abranger as cúpulas do estado, e até Director-geral os cargos devem ser por carreira, e não mudar na administração pública o “cão e gato”, sempre que muda o governo. Mas como parar este círculo vicioso? Um grande desafio ao próximo Governo...
Para ilustrar esta minha Reflexão (compare os gráficos das dívidas), deixo o exemplo modesto, por mim protagonizado, quando em 1996 fui eleito para dirigir uma instituição associativa, que no capítulo financeiro padecia de um síndrome idêntico ao do país.
- Fazia vida de rica, quando era pobre, vivendo acima das suas possibilidades.
- Endividava-se há 6 anos consecutivo.
- Vivia numa perfeita desorganização, em que cada ministério (secção), fazia o que lhe apetecia
- Não tinha liderança (toda gente mandava).
Aplicando os princípios que em cima enumerei (mantendo basicamente, todas as actividades anteriores), aqui vos deixo o gráfico dos resultados obtidos em 4 anos. Em 2000 quando saí ficou em caixa um superavit de 500 contos.
No entanto, quando voltei, em 2008, a dita Associação já devia novamente cerca de 20 000 euros, aproximadamente os mesmos 4 000 contos que devia em 1996.Quando saí em 2010 por lá ficaram mais 10 000 euros de superavit, veremos o que acontece no futuro.
Por fim, deixo aqui o Diagrama apresentado por Ernâni Lopes, poucos dias antes da sua morte, e que deveria ser aplicado como uma cartilha política para os próximos anos a Portugal.
A escolha é sua no próximo domingo.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Reflexão 8 – “O medo/coragem”
Peter Villax, um português de origem húngara, presidente da Associação Portuguesa de Empresas Familiares, num colóquio organizado pelo Jornal Diário Económico, teve a coragem de afrontar Sócrates com a seguinte questão, que é bem mais que uma simples pergunta, e que daria para escrever muitas páginas sobre o assunto:
“"Eu tenho um problema essencial consigo, os seus actos não reflectem as suas palavras...";
Ao questionar assim José Sócrates, Villax punha o dedo na ferida num dos maiores embustes na política portuguesa, que é a dos políticos portugueses não serem responsabilizados e julgados pelas promessas que fazem em campanhas de propaganda da banha da cobra, e depois com o maior desplante, quando chegam ao poder, metem-nas na gaveta, e estão-se nas tintas para quem os elegeu.
Isto só é possível numa sociedade fechada, que não evoluiu em termos de mentalidades, que continua a ser atormentada pelas metástases do cancro social que é o “medo”. Ou como dizia ontem o jornalista britânico Barry Hatton, autor do livro “os portugueses”: “... Portugal evoluiu, os portugueses é que não!”
Já agora e para ajudar à reflexão, e a propósito do “MEDO”, relembro aqui o que escrevi no discurso que proferi em Marvão, por altura das comemorações do 25 de Abril de 2010:
“O medo que durante 50 anos do anterior regime nos acompanhou (para não ir mais atrás), e que pensávamos condenado com a revolução de Abril, está por aí instalado com a mesma força, ou mais, na sociedade portuguesa, embora com novas variáveis.
Hoje o MEDO social não é extrínseco, como o que tínhamos da polícia política, dos “bufos” da Legião, de Caxias, do Aljube, do Tarrafal, ou do exílio. Hoje o MEDO é intrínseco, sem rosto mas com ouvidos; um MEDO que não sabemos de quê, nem de quem, mas que nos persegue, sufoca e quase nos tira o direito de EXISTIR.
Vivemos numa sociedade acrítica, inibidos de nos pronunciarmos, de investirmos, de nos associarmos. Somos cultivados para nos calarmos, para nos fecharmos nas nossas “casas subsidiadas” em frente às “caixinhas mágicas”, que nos servem tudo enlatado por uns “senhores” que tratam da nossa felicidade imaginária.
Vemos os golos dos outros, e pensamos que são os nossos; vemos as casas dos outros, e pensamos que são as nossas; vemos os desgostos dos outros, e pensamos que são os nossos; vemos os romances dos outros e pensamos que são a nossa felicidade; choramos pelos outros, e no nosso âmago, choramos afinal, por nós próprios.
Mas cá no fundo mina a não realização, o mal-estar, a inquietação e, mesmo a revolta.
Uma sociedade de MEDO, é uma sociedade que não troca ideias, que apenas fala em surdina, que não investe, que não corre riscos e, consequentemente, não progride.
O MEDO é um dos cancros sociais em Portugal que urge extirpar, e cabe-nos a todos começar a prevenir que o “bicho”, um dia destes, se desamarre e se revolte de dentro de nós, com consequências imprevisíveis.”
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Reflexão 7 – A Igreja e o estado social
Nestes três dias que restam, trarei aqui outras 3 figuras. Que ao contrário dos anteriores, pelo seu exemplo, representam a revolta e a coragem de um povo que não se rende, que não se vende aos poderosos, e que se deve orgulhar dos seus 900 anos de história.
Assim, eu que não sou crente, não posso hoje deixar de invocar aqui a Igreja Católica, numa das suas maiores figuras, D. Manuel Martins, antigo Bispo de Setúbal, que no passado mês de Maio dizia na Antena1:
«Mete-me uma raiva especial quando vejo o governo (de Sócrates), a justificar as suas políticas e as suas preocupações de manter e conservar e valorizar o estado social do país.
Mesmo asim Sócrates, ainda teve a coragem de dizer que o Programa de outro Partido da oposição “coloca em causa a mensagem social da igreja...”.