Saber o que fazer, Com isto a acontecer, Num caso como o meu. Ter o meu amor, Para dar e pra vender, Mas sei que vou ficar, Por ter o que eu não tenho, Eu sei que vou ficar. É de pedir aos céus, A mim, a ti e a Deus, Que eu quero ser feliz. É de pedir aos céus. Porque este amor é meu, E cedo, vou saber Que triste é viver, Que sina, ai, que amor, Já nem vou mais chorar, Gritar, ligar, voltar, A máquina parou, Deixou de tocar. Sentir e não mentir, Amar e querer ficar, Que pena é ver-te assim, Já sem saberes de ti. Rasguei o teu perdão, Quis ser o que já fui, Eu não vou mais fugir, A viagem começou. Porque este amor é meu E cedo vou saber, Que triste é viver, É de pedir aos céus, A mim, a ti e a Deus, Que eu quero é ser feliz, É de pedir aos céus. Porque este amor é teu, E eu já só vou amar, Que bom não acabou, A máquina acordou.
segunda-feira, 30 de abril de 2012
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Estóreas de contrabando: O Palindro
Em tempos, já por aqui andei a narrar pequenas estórias sobre contrabando e contrabandistas, que me chegaram por relatos que fui ouvindo durante a minha infância. A maioria deles pelo meu pai, quando ao canto da chaminé relembrava, com os amigos de aventura e entre dois copos de aguardente, episódios vividos ao longo da sua experiência de contrabandista.
Ontem, durante o percurso da IV Rota do Contrabando, enquanto percorria alguns desses trilhos e veredas, então usados nessas actividades no passado, ao deparar-me com uma pequena manada de vacas que por ali pastavam descansadamente, veio-me à memória uma dessas estóreas, talvez uma das mais fabulosas que ouvi, pela voz do seu protagonista de nome José Rosado, que todos conhecíamos por Zé Passarito, mas que o meu pai tratava sempre pelo “Palindro”, vá lá saber-se porquê!
O “Palindro” era uma dessas personagens prodigiosas, capazes de inventar duas intrujices em cada frase que proferisse, fazendo-se acreditar por quem o ouvisse e, o mais impressionante era que ele próprio parecia chegar ao ponto de acreditar nas suas próprias patranhas.
Num serão, desses inícios de noite frios e pachorrentos, dizia o “Palindro” para o meu pai:
- Oh Manel vou-te contar uma que nunca te contei. Numa noite em que eu e mais sete camaradas íamos levar umas cargas de café à Fontanheira, ali numa tapada da Ramila eis que, de repente, nos aparece por detrás duma giesta, uma magana de uma vaca enorme, preta como noite, a investir direita a nós! Olha, só tive tempo de bradar aos outros camaradas, que o melhor era a gente, entre todos, agarrá-la, antes que ela escangalhasse o primeiro que apanhasse. Assim aventei e assim o fizemos. Largámos as “carguitas” do café, e, entre todos, lá segurámos o bicho. Claro que, comigo a ir à córnea!
Só que após termos a sorte terminada, começámos a pensar. E agora? Quando a largarmos ela vai apanhar pelo menos um, e, duma valente “sova” esse não se vai safar!
Foi então que eu me lembrei de dizer para o “Pingas”, que estava no lombo da bicha:
- Eh pá dá aí uma pedra! Assim que apanhei o calhau nas unhas dei com ele num dos olhos da vaca, e, enquanto ela ficou a coçar o olho, nós agarrámos no café, e fugimos todos!
O meu pai já conhecedor do que a “casa” gastava, ainda lhe respondeu:
- Oh Palindro, isso foi mesmo assim?
Claro que o Palindro não se desmanchou e logo contrapôs, que era tão verdadinha como ele se chamar Zé Passarito! E que, se desconfiava, perguntasse ao seu cunhado Julião Pena, que também ia no grupo.
Só que o Mané Bugalhão conhecia bem a manhosice desses dois, e jamais arriscaria tal pergunta ao cunhado do Vale Carvão, cuja resposta ele já conhecia de ginjeira:
- Pois, pois, Manel, hum, hum..., esse” passarito” é mesmo danado para estóreas...
Ontem, durante o percurso da IV Rota do Contrabando, enquanto percorria alguns desses trilhos e veredas, então usados nessas actividades no passado, ao deparar-me com uma pequena manada de vacas que por ali pastavam descansadamente, veio-me à memória uma dessas estóreas, talvez uma das mais fabulosas que ouvi, pela voz do seu protagonista de nome José Rosado, que todos conhecíamos por Zé Passarito, mas que o meu pai tratava sempre pelo “Palindro”, vá lá saber-se porquê!
O “Palindro” era uma dessas personagens prodigiosas, capazes de inventar duas intrujices em cada frase que proferisse, fazendo-se acreditar por quem o ouvisse e, o mais impressionante era que ele próprio parecia chegar ao ponto de acreditar nas suas próprias patranhas.
Num serão, desses inícios de noite frios e pachorrentos, dizia o “Palindro” para o meu pai:
- Oh Manel vou-te contar uma que nunca te contei. Numa noite em que eu e mais sete camaradas íamos levar umas cargas de café à Fontanheira, ali numa tapada da Ramila eis que, de repente, nos aparece por detrás duma giesta, uma magana de uma vaca enorme, preta como noite, a investir direita a nós! Olha, só tive tempo de bradar aos outros camaradas, que o melhor era a gente, entre todos, agarrá-la, antes que ela escangalhasse o primeiro que apanhasse. Assim aventei e assim o fizemos. Largámos as “carguitas” do café, e, entre todos, lá segurámos o bicho. Claro que, comigo a ir à córnea!
Só que após termos a sorte terminada, começámos a pensar. E agora? Quando a largarmos ela vai apanhar pelo menos um, e, duma valente “sova” esse não se vai safar!
Foi então que eu me lembrei de dizer para o “Pingas”, que estava no lombo da bicha:
- Eh pá dá aí uma pedra! Assim que apanhei o calhau nas unhas dei com ele num dos olhos da vaca, e, enquanto ela ficou a coçar o olho, nós agarrámos no café, e fugimos todos!
O meu pai já conhecedor do que a “casa” gastava, ainda lhe respondeu:
- Oh Palindro, isso foi mesmo assim?
Claro que o Palindro não se desmanchou e logo contrapôs, que era tão verdadinha como ele se chamar Zé Passarito! E que, se desconfiava, perguntasse ao seu cunhado Julião Pena, que também ia no grupo.
Só que o Mané Bugalhão conhecia bem a manhosice desses dois, e jamais arriscaria tal pergunta ao cunhado do Vale Carvão, cuja resposta ele já conhecia de ginjeira:
- Pois, pois, Manel, hum, hum..., esse” passarito” é mesmo danado para estóreas...
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Gostar...
Gostar, na sua forma mais nobre, requer o aceitar o outro tal como ele é nas qualidades, mas também nos defeitos. Magoar, intencionalmente, não cabe no meu conceito de gostar.
Gostar, percebe-se nas atitudes e nos comportamentos, nunca nas palavras, embora estas, também sejam importantes e, às vezes, a falta delas...
Gostei da tua atitude de hoje, magoou-me o teu comportamento de ontem.
Gostar, percebe-se nas atitudes e nos comportamentos, nunca nas palavras, embora estas, também sejam importantes e, às vezes, a falta delas...
Gostei da tua atitude de hoje, magoou-me o teu comportamento de ontem.
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