Os papagaios da
comunicação social e os corporativistas do regime, andam por aí a apregoar que
depois de tantos cortes e tanta austeridade, a dívida pública portuguesa (a de
todos nós), não pára de crescer, e atingirá por estes dias cerca de 127% de um
tal PIB (Produto Interno Bruto).
Ora, na minha
ignorância e vistas curtas, suponho que sempre que tentemos saber se algo
cresceu ou diminuiu, teremos que usar um sistema de medida. Assim, para sabermos se
uma criança cresceu, de um momento para outro, usamos os centímetros; e para
sabermos se aumentou de peso, usamos as gramas e seus múltiplos; e assim para
outras avaliações.
Acontece, que
estas medidas padrão, se mantêm mais ou menos inalteráveis ao longo dos tempos.
E assim, há mais de 100 anos que 1 quilo continua a ser 1 quilo, e 1 metro continua a ser 1 metro. E tanto faz estarmos na Europa, como na África com na Ásia. Logo quando fazemos avaliações,
usando estas medidas, podemos dizer com alguma segurança, que nos últimos 100
anos, se registaram aumentos percentuais quer na estatura, quer em peso nas
crianças do século XXI, quando comparamos com as do início do século XX.
Mas o PIB, será
ele uma medida inalterável? Ou aumenta e diminui de acordo com o
desenvolvimento e desempenho de um país? E quando este cai (como parece ser o
caso dos últimos anos, e parece não ser pouco); e se a divida se mantém, que
acontece à relação entre ambos?
Tomemos como
exemplo uma família que em 2011 tinha 2 dos seus membros empregados, cujos
rendimentos anuais eram de 30 000 euros, e herdaram uma dívida, nesse mesmo ano,
de seus progenitores de 40 000 euros. Ao fazerem as contas, essa família
constatou que tinha uma dívida, face ao seu rendimento anual de então, de cerca
de 133%.
Veio o ano de
2012, e sendo um dos membros desta família funcionário da Administração Pública,
viu os rendimentos do seu desempenho amputados de 2 000 euros (não recebimento
de subsídio de férias e natal), que quer dizer que o rendimento anual dessa família
foi apenas de 28 000 euros. Apesar dessa diminuição de rendimentos, ainda
conseguiu amortizar 1 000 euros à divida herdada, que se situa agora em 39 000
euros.
No entanto, apesar
de esta família ter feito um esforço de ajustamento de viver em 2012 apenas com
27 000 (recebeu menos 2 000 e amortizou 1 000 à dívida), andam agora os
familiares (alguns responsáveis pela feitura dessa dívida), a dizer que esta
aumentou para cerca de 140%, quando, no ano anterior, era apenas de 133%!!!
Será justo? Ou
vamos lá ter um mínimo de seriedade....
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