Andaremos a
fazer o melhor para minimizar os efeitos da Covid?
Em primeiro
lugar, peço desculpa à dona Graça Freitas por mais um artigo que, possivelmente, classificará de "antipatriótico". Mas há coisas que têm de ser divulgadas e
questionadas, e os dados que hoje apresento, que classifico como o resultado do
que temos andado a fazer desde o início da pandemia e, sobretudo, nos últimos 4
meses.
No Quadro que
apresento em baixo, as mortes/milhão de
habitantes ocorridas nos 3 últimos meses com covid, penso representarem os
resultados mais significativos sobre a eficácia das estratégias de prevenção e os cuidados de saúde
prestados aos que têm sido atingidos pela doença, nos países da Europa Ocidental.
A razão porque
me foco nos dados referentes aos últimos 3 meses, é porque considero que nos
primeiros 3 meses (Março-Junho) fomos apanhados pela novidade e pela surpresa
de uma doença pandémica, que há muito não afetava a Europa. Mas passado esse
período, deveríamos ter-nos preparado para algo que se sabia que iria
acontecer no outono/inverno.
Tivemos uma primavera e um verão (6 meses) para nos preparar, mas os resultados que agora começamos a conhecer mostram que,
possivelmente, não o fizemos e, previsivelmente, as consequências serão
catastróficas.
O que estes dados nos mostram, são resultados muito díspares nos países da Europa Ocidental. No Quadro em
baixo, podemos verificar, que, Portugal, é o 2º país onde, nos últimos 3 meses, mais se morre com covid/milhão de habitantes (43 mortes/milhão), só ultrapassado pela “louca” Espanha.
Para estes
números, não tenhamos dúvidas, contribuem decisivamente, nos países mais afetados, a fraca proteção social
prestada aos mais vulneráveis, os idosos dos lares; e as deficientes condições de recursos para a prestação de cuidados hospitalares, nomeadamente nos cuidados intensivos. Deixem-se de tretas, não são as testagens massificadas, não são as "mascarilhas" em espaços abertos, não são o fecho das escolas, nem os confinamentos que alguns não se fartam de apregoar, nem fecho de fronteiras e etc..
Se não como se pode explicar, para além das ligeiras diferenças populacionais, tão dispare variedade de resultados?
Da análise destes dados não posso deixar de fazer algumas perguntas "antipatrióticas" à Doutora Graça Freitas e à Ministra Marta Temido:
Bem sei que elas
não sabem, porque elas mesmas o disseram, porque morreram, na mortalidade
geral, mais 7 000 portugueses do que o esperado (sem ser com covid) entre
Março e Setembro.
Mas isto...,
elas devem saber:
Porque morreram
em Portugal com Covid entre Julho e Outubro 43 pessoas/milhão de habitantes,
quando:
- Na Alemanha
apenas morreram 7;
- Na Suíça 14;
- Na Irlanda 16;
- No Reino Unido 26;
- Na Holanda
25;
... e nos
cemitérios da Europa (assim eram denominados em Março e Abril):
- Itália 21;
- Bélgica 33?
- E na "famigerada" Suécia, dos “mata velhinhos”, apenas 40? E isto é porque estamos a incluir
dados de Julho e Agosto, onde ocorreram muitos óbitos. Quando for da próxima avaliação, não me admiraria que
os dados fossem idênticos aos da Alemanha ou Dinamarca. Já que, entre 1 e 10 de
Outubro, apenas morreram 14 pessoas (10 dias), o equivalente ao que estão a
morrer em Portugal por dia.
Por fim convirá
fazer 3 perguntas ao sábio António Costa:
- Quantos dos cerca
de 1 500 ventiladores adquiridos desde Março estão a funcionar em pleno?
- Quantas
pessoas desempregadas do Turismo foram integradas nas equipas dos lares?
- Para que serve
a aplicação StayAway Covid? E porque não funcionou no conselho de ministros e
no conselho de estado?