sexta-feira, 14 de outubro de 2016

De volta com..., música

No rancho fundo bem para lá do fim do mundo onde a dor e a saudade contam coisas da cidade. No rancho fundo de olhar triste e profundo um moreno canta as "mágoas" tendo os olhos rasos d'água.

Pobre moreno que de noite no sereno espera a lua no terreiro tendo um cigarro por companheiro. Sem um aceno ele pega na viola e a lua por esmola vem pro quintal desse moreno!

No rancho fundo bem para lá do fim do mundo nunca mais houve alegria nem de noite nem de dia. Os arvoredos já não contam mais segredos e a última palmeira já morreu na cordilheira. Os passarinhos hibernaram-se nos ninhos de tão triste esta tristeza enche de trevas a natureza.


Tudo porque, só por causa do moreno que era grande, hoje é pequeno para uma casa de sapê. Se Deus soubesse da tristeza lá da serra mandaria lá para cima todo o amor que há na terra. Porque o moreno vive louco de saudade só por causa do veneno das mulheres da cidade.

Ele que era o cantor da primavera e que fez do rancho fundo o céu melhor que tem no mundo. Se uma flor desabrocha e o sol queima, a montanha vai gelando, lembra o cheiro da morena...





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