.... e também, logicamente, dia de "namoro":
"Mandei-lhe uma carta em papel
perfumado, e com letra bonita, dizia que ela tinha um sorriso luminoso, tão
triste e gaiato, como o sol de Novembro, brincando de artista nas acácias
floridas, na fímbria do mar! Sua pele macia era suma-uma, sua pele macia cheirando
a rosas, seus seios laranja, laranja do loge, eu mandei-lhe essa carta. E ela disse que não!
Mandei-lhe um cartão que o amigo
maninho tipografou 'por ti sofre o meu coração', num canto 'sim', noutro canto
'não'. E ela, o canto do 'não' dobrou!
Mandei-lhe um recado pela Zefa do
sete, pedindo e rogando de joelhos no chão, pela Senhora do Cabo, pela Santa
Efigénia, me desse a ventura do seu namoro. E ela disse que não!
Mandei à Vó Xica, quimbanda de
fama, a areia da marca que o seu pé deixou, para que fizesse um feitiço bem
forte e seguro, e dele nascesse um amor como o meu. E o feitiço falhou!
Andei barbado, sujo e descalço, como
um monangamba procuraram por mim...; não viu, ai não viu, ai não viu Benjamim. E perdido me deram no morro da Samba!
Para me distrair levaram-me ao
baile do Sr. Januário. Mas ela, lá estava num canto a rir, contando o meu caso às
moças mais lindas do bairro operário. Tocaram a rumba e dancei com ela e,
num passo maluco, voámos na sala, qual uma estrela riscando o céu. E a malta gritou: 'Aí Benjamim'!
Olhei-a nos olhos, sorriu para
mim. Pedi-lhe um beijo! Lá lá lá lá lá, lá lá lá lá lá! E ela disse que sim...."
1 comentário:
Grande JB um romântico ...
Enviar um comentário